domingo, 5 de abril de 2009

Desfragmentação Empresarial

Esse ano ainda não consegui retormar o ritmo de posts, mas isso não quer dizer que perdi interesse sobre o tema. Muito pelo contrário. Temporariamente abandonei um pouco, porém, a analogia com o software livre. Tenho buscado observar a minha própria empresa e todo o ambiente que me cerca.

A excessiva departamentalização, talvez herança de um Taylorismo exagerado, tende a criar várias empresas dentro de uma. Num contexto de empresas de governo, há quem diga que esse modelo verticalizado foi premeditado para facilitar privatizações. Essas "fatias de empresa" já tiveram sua valia, mas está na hora de repensar. É muita redundância, retrabalho e controles  "burrocráticos" que não levam a lugar nenhum.

Empresa fatiada parece a cebola do Outback (não sei porque mas só me vem essa imagem na cabeça!)

Alguém inventou que todas as "fatias" da empresa tinham que dar lucro. Numa empresa de TIC, o faturamento vem prioritariamente do desenvolvimento e produção de soluções. Áreas meio, como a que cuida dos ambientes de redes locais, estações de trabalho e servidores de uso interno, não tem um fonte direta de receita. Resultado? Criam uma série  de insumos para fazer um dinheiro virtual circular de um lado pro outro, gerando trabalho inútil para um bocado gente, ..., mas pra que? Outro dia eu estava negociando patrocínio prum evento do JavaBahia com uma dita grande empresa privada de TIC. Depois de uma "chorada" deles, fechei negócio, mas tive que ouvir "Esse valor está saindo do orçamento do RH, deveria vir da área de desenvolvimento". Qual a diferença? Não é tudo da mesma empresa? A marca que vai ser divulgada tem o carimbo do setor que entrou com grana? Esse pensamento gera desconfiança, atitude defensiva, "trairagem", competição destrutiva, etc, etc.

Bem, há que se diminuir essa fragmentação. O exemplo deve começar pela alta direção. Tradicionalmente cada Diretor tem algumas áreas "em baixo" e começa daí a divisão: Cada um olhando apenas para "sua área". São essas as primeiras barreiras que devem ser quebradas: realinhamento da diretoria. Daí em diante cabe a cada gestor procurar ter uma visão integrada e trabalhar com seus liderados para difundir um pensamento cooperativo. Mas não dá pra ficar apenas no discurso nem com ações isoladas. Medidas concretas devem ser definidas, executadas e acompanhadas de maneira coordenada. É uma espécie de PAC - Programa de Aceleração da Colaboração. Sugestões: Fundir unidades afins, eliminar "burrocracia", rever estrutura organizacional para reduzir níveis hierárquicos, trabalhar com gestão colegiada, buscar maior mobilidade de recursos (já falei aqui sobre trabalhar cada vez mais Projetizado), facilitar (e investir nisso!) o processo de comunicação, usar mais o nosso ao invés do meu. Parece difícil? Então é bom começar logo.....