terça-feira, 23 de agosto de 2011

8 Dicas Para Se Tornar Excelente

As 8 dicas de como se tornar excelente e aproveitar as oportunidades são de autoria do Klaus Wuestefeld, autor do manifesto da Computação Soberana e criador do Prevayler.
1 - Torne-se excelente:
Seja realmente bom em alguma coisa. Não fique só choramingando ou querendo progredir às custas dos outros. Não pense que porque você sentou 4 anos numa faculdade ouvindo um professor falar sobre software que você sabe alguma coisa. Jogador de futebol não aprende a jogar bola tendo aula. Ele pratica. Instrumentistas geniais não aprendem a tocar tendo aula. Eles praticam. Pratique. Chegue em casa depois do trabalho e da aula e pratique. No final de semana, pratique.
Crie seu próprio virus, seu próprio jogo, seu proprio SO, seu próprio gerenciador de janelas, seu próprio webserver, sua própria VM, qualquer coisa. Varias coisas.
Nao precisa ser só programação. Pode ser networking, vendas, etc. Só precisa ser bom mesmo. Tenha paixão pela coisa.
As melhores praticas do mercado são polinizadas primeiro nos projetos de software livre. Aprenda com eles.
Discípulo, viajante, mestre: Primeiro seja um discípulo, tenha mestres locais, aprenda alguma coisa com alguém realmente bom, qualquer estilo. Depois viaje, encontre outros mestres e aprenda o estilo deles. Por fim, tenha o seu estilo, tenha discípulos, seja um mestre.
Vou fazer o curso da Mary Poppendieck em São Paulo semana que vem e quando tiver o curso de Scrumban do Alisson e do Rodrigo quero fazer também.
"Torne-se excelente" também pode ser chamado de "Melhoria Continua" ou "Learning".
2 - Não seja deslumbrado
Desenvolvimento de software é a mesma coisa há 60 anos: modelo imperativo. Há 30 anos: orientação a objetos. Bancos de dados relacionais: 30 anos. ("Web", por exemplo, não é uma tecnologia ou um paradigma. É meramente um conjunto de restrições sobre como desenvolver e distribuir seu software).
Não corra atras da última buzzword do mercado. Busque a essência, os fundamentos.
Busque na wikipédia e grokke: determinismo, complexidade de algoritmos "O()", problema de parada de turing. Pronto, pode largar a faculdade. Falando sério.
Trabalhe com software livre. Não dê ouvidos a grandes empresas, grandes instituições ou grandes nomes só porque são grandes.
Você acha que vai aprender mais, ter mais networking e mais chance de alocação no mercado trabalhando em par comigo no Sneer por um ano, 8h por semana, ou passando 4 anos na faculdade, 20h por semana, pagando sei lá quanto por mes?
Você acha que vai aprender mais trabalhando em par com o Bamboo 6 meses na linguagem boo e na engine do Unity ou fazendo um ano de pós em "a buzzword da moda"?
"Nao seja deslumbrado" também é conhecido como "Coolness".
3 - Mantenha-se Móvel
Com a demanda que temos hoje no mercado, se você é desenvolvedor de software e não consegue negociar um contrato com uma empresa onde você é pago por hora e pode trabalhar quantas horas quiser com um mínimo de meio período, você precisa rever a sua vida.
É melhor ter dois empregos de meio-período que um de período integral, porque você pode largar um deles a qualquer momento.
Você nunca vai conseguir nada melhor se não tiver tempo, se não tiver disponibilidade para pegar algo melhor quando aparecer.
Você sustenta seus pais e 7 irmãos? Não. Entao para de ser ganancioso e medroso no curto prazo, para de pagar faculdade, mestrado, pós, MBA, sei lá o que e vai aprender e empreender.
Trabalhe remoto. Não é o mais fácil, mas é perfeitamente possível.
Não fique reclamando que está trabalhando demais. Aumente seu preço e trabalhe menos.
4 - Emparceire-se Promiscuamente
Participe de dojos, de congressos, de projetos de software livre. Tenha amigos, colegas, conhecidos. Seja conhecido. Nao faça ruído em seis projetos e doze fóruns. Ajude de verdade em um ou dois projetos de cada vez. Ao longo do tempo, você terá ajudado em vários projetos, trabalhado em varias empresas.
5 - Mentalidade de Abundância
Ajude seus amigos sem cobrar (a "camaradagem" do Vinícius). Dê palestras gratuitas. Cursos gratuitos. Participe de projetos de software livre.
Pare as vezes uma tarde para receber um amigo seu e explicar seu projeto. Vá visitar seus amigos nos projetos deles. Viaje com algum amigo seu pra visitar um cliente dele, só pra conversar e fazer companhia.
Você tem um espaço onde dá cursos? É uma Aspercom, Caelum da vida? Chama os brothers para dar curso. Caramba, bola um modelo em que as pessoas podem se inscrever para cursos variados, pagando um sinal, e mantém tipo uma agenda pre-combinada: "Será numa terça e quinta a noite, avisadas com duas semanas de antecedência".
Se rolar, beleza, se depois de meses não der certo, devolve o sinal. Pode ser curso de Prevayler, de Kanban, de Scrum, de Lean, de Computação Soberana, de Restfulie, de Cucumber, de Rails, de Teste Automatizado Mega-Avançado, qualquer coisa.
Chame amigos seus pra dar curso em dupla com você. Divida clientes. Divida projetos, mesmo que não precise de ajuda.
Dizia o pai de um brother meu de infância: "Tudo que custa dinheiro é barato."
6 - Busque modelos de custo zero
Trabalhe em coisas que tem custo administrativo/burocrático/manutenção zero. Por menos ganho que tragam, depois de prontas, estarão tendo uma relação custo/benefício infinitamente vantajosa.
7 - Ganhe notoriedade
Faça coisas massa. Participe de projetos de software livre. Dê palestras gratuitas. Promova eventos (dojos, debates, grupos de usuários, etc).
8 - Não tenha medo (Por Dairton Bassi)
Meta a cara. Arrisque empreender. Arrisque inovar. O que você tem a perder? No máximo um emprego, mas isso pode ser revertido facilmente em um mercado aquecido como o atual. O pior que pode acontecer é não dar certo. Mesmo assim você terá aprendido muito mais do que batendo cartão.
Saia da zona de conforto. Se o seu trabalho estiver fácil e sob controle, isso significa que ele não está mais agregando para a sua evolução técnica e pessoal.
Não desperdice a chance de trocar de função se a nova oportunidade for mais desafiadora. Isso fará você crescer tecnicamente e o preparará para desafios maiores ainda. Conhecer pessoas novas é tão importante quanto manter-se em contato com código.
Não se detenha por insegurança ou pela sensação de despreparo. Como você acha que vai ganhar experiência em alguma coisa se sempre adiá-la?


Nota de Serge Rehem: Este texto é tão fantástico que resolvi reproduzi-lo aqui na íntegra. Difícil concordar ou discordar 100%, então o melhor é aproveitar para refletir o que estamos fazendo da nossa carreira. Eu não apenas tive a oportunidade de conhecer Klaus pessoalmente no Maré de Agilidade 2011, em Salvador-BA (os vídeos de todas as palestras estão disponíveis aqui), como puder programar em par com ele e mais uma turma de feras. O produto dessa noite foi o http://dontpad.com. Abaixo o vídeo da palestra dele no evento.


Learning and Coolness - Beyond XP from LinguÁgil on Vimeo.

terça-feira, 29 de março de 2011

Entrevista à Rádio Serpro sobre Colaboração

Semana passada fiquei muito honrado ao ser convidado pela Rádio Serpro para uma entrevista sobre colaboração. Foram cerca de 42 minutos de conversa, que editados ficaram com pouco mais de 6. Deve ter dado um trabalhinho...

No podcast abaixo, disponibilizo o papo na íntegra. Falo um pouco sobre o aprendizado que venho adquirindo, praticando e compartilhando neste blog, passando por vários tópicos: colaboração x compartilhamento, aspectos técnico e emocionais da colaboração, coexistencia de competição e colaboração, cultura de colaboração, atitudes individuais + gestão + estruturas organizacionais, web 2.0, trabalho cooperado no serpro, uso de metodologias ágeis, dentre outros.



Se estiver com o tempo curto, tem também a versão "compactada" depois da edição:



Caso tenha algum problema em escutar o podcast aqui no post, pode acessar diretamente minha pagina no podomatic.com.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Os 3(4) Estágios da Mudança: Ignore-os e Permaneça Onde Está

No último sábado, no 1o JavaBahia nas Faculdades em 2011, na Área 1, rolou um unconference muito interessante no estilo FishBowl (que conheci no Maré de Agilidade Fortaleza de 2010). Dentre vários assuntos, o fishbowl é extremantente dinâmico, conversamos sobre a importancia de valorizarmos a "prata da casa", os bons profissionais que temos na Bahia (algo que estavamos fazendo no próprio evento, com dois palestrantes da terrinha). Em contraponto, uma certa apatia que nos faz valorizar mais o que vem "de fora". Foi um papo extremamente rico, apesar de curto. Teremos oportunidade de retorma-lo nos próximos JavaBahia (ou LinguÁgil) nas Universidades, ou mesmo no Maré de Agilidade que ocorrerá na UNEB, em abril.

A palavra chave é AÇÃO. Não adianta ficar se lamentando. O cenário não mudará se ficarmos sentados...

Lembrei que ano passado rolou uma discussão muito boa na lista de usuários do grupo Agile-Bahia, sobre a inércia dos profissionais de TI (se quiser ver a thread na integra, é só se cadastrar no grupo e clicar aqui). Abaixo vai na íntegra a minha contribuição naquela ocasião, que me parece ter tudo a ver com o que estamos falando:

"... Gosto muito de utilizar a técnica dos 3 Estágios da Mudança (não sei onde vi isso, nem tampouco se tem esse nome). É o seguinte, para a gente sair de uma situação e ir para outra, ou seja, MUDAR, são necessários pelo menos 3 passos:

1) RECONHECER que temos um problema
2) Sentir VONTADE DE MUDAR
3) AGIR para viabilizar a mudança

Um exemplo clássico é PERDER PESO. Muita vezes não consideramos nosso sobrepeso como um problema, por isso continuamos engordando. Até que reconheçamos (1) e tenhamos vontade de mudar (2). Só a vontade não basta, são as promessas de fim de ano "vou parar de fumar, vou fazer exercício, vou fazer uma dieta, ...". Passada a ressacada de Reveillon os planos vão pro beleléu.

A nossa INÉRCIA não é so ligada a TI, é característica do ser humano. Acontece, na minha opinião, porque a granda maioria de nós é NÃO TEM NOÇÃO que tem um problema. Que possui uma carreira medíocre, que trabalha numa empresa que não valoriza a criatividade e a inovação, que existe um mundo Agile reforçando a importância da comunicação, das pessoas, do código de qualidade, do produto de SW entregue frequentemente que agreva valor para o cliente. Para elas está tudo bem, vivem FELIZES assim, vão continuar assim e ponto. Temos que respeita-las. "Perdoai, elas não sabem o que fazem"

Algumas pessoas, como aquelas que tem oportunidade de participar de eventos como LinguÁgil e o Maré de Agilidade, estou me atendo aqui ao tema desta lista, começam a reconhecer que as coisas não estão tão bem (1). Algumas sentem vontade de mudar (2) e muitas vezes sequer começam, arranjando desculpas sabotadoras tipo "na minha empresa não dá", "meu chefe é muito antiquado", "meus colegas não vão me apoiar", ..., e por isso não tomam nenhuma ação. Problema: Não são tão FELIZES quanto os do grupo anterior. Eles SABEM que não estão lá muito bem, mas não tem forças para o estágio 3. Eles não tem INICIATIVA e esse é um grande problema especificamente nos profissionais de TI do nosso estado (bom, pelo menos da nossa cidade, que conhecemos mais).

Apenas alguns, um grupo pequeno, restrito, conseguem AGIR para mudar (3). Começam a estudar, praticar, disseminar idéias, entrar em grupos e listas de discussão, se associar com pessoas de pensamentos afins, experimentar formas novas, se reinventar. Se planejam para a mudança, executam, ajustam no meio do caminho. PERSEVERAM. E chegam lá, MUDAM.

Não é fácil atingir e MANTER o estágio desejado, esse seria um quarto estágio. É como no exemplo do PESO, muitas vezes conseguimos atingir nossa meta (ex: perder 30kg), até com ações drásticas (porem mais "fáceis") como cirurgia de redução de estômago. Se não nos mantivermos firmes e DETERMINADOS, porém, podemos dar vários passos retroativos. E recuperar todo o peso perdido em pouco tempo. Da próxima vez será muito mais difícil. Já viram alguem que já reduziu estômago duas vezes? Eu, já."