quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Resenha: 4 Livros para uma Gestão mais Humana e Participativa

Desta vez vou fazer diferente: Uma super-mini resenha sobre 4 livros que li recentemente, que tem em comum uma orientação para uma forma de gestão mais humana e participativa.

A abordagem de O Executivo Consultor é meio tradicional: um executivo experiente é convidado a assumir o cargo de CEO de uma empresa em dificuldade financeira. Durante o processo ele conta com o apoio de Juarez, um consultor e amigo, que vai ajudando Roberto e o corpo diretor da empresa a promover as mudanças necessárias. É um processo lento, cheio de resistencias e conflitos com o estilo do CEO anterior (muito orientado a processos, quase nada a pessoas) e ao jogo de empurra entre os diretores ("isso não é comigo"). É uma leitura interessante que retrata problemas comuns a qualquer um que assume uma posição de liderança. Destaque para o Processo Decisório, uma prática bem objetiva dividida em 5 fases (Planejamento, Formação de Imagem, Julgamento, Conclusão/Decisão e Avaliação do Processo) que dá foco e direcionamento às intermináveis reuniões. Como pano de fundo, as transformações nas relações e na forma de atuação dos CEOs e das diretorias. Valeu a pena. Dou nota 3/5.

Este é mais para um livro de auto-ajuda, o que eu gosto. Também adoro O Pequeno Príncipe, então "comprei-o-o". A história parece um pouco com a do livro acima, mas agora a transformação ocorre com a contratação de Pablo Príncipe como diretor de Recursos Humanos, ou melhor, como ele se entitula "Diretor de Pessoas e Valores da Organização". Um rapaz jovem que largou um emprego tradicional e passou um tempo viajando pelo mundo e se descobrindo, encontra nesta empresa de consultoria - formatada com um "chefe-capataz mal-humorado e acima de todos" - a oportunidade de promover a mudança através do auto-conhecimento e do desenvolvimento pessoal. Os funcionários vão aprendendo a dar valor inclusive às crises existenciais, buscando rever suas formas de encarar o mundo, assumir responsabilidades e compreender (e respeitar, e perdoar) os outros. Dou nota 4/5.


Ricardo Semler vem fazendo história com sua gestão na Semco, e influenciou toda uma geração com seu livro Virando a Própria Mesa (preciso reler!). Depois de 18 anos sumido das publicações literárias ele retorna com esse livro que mistura a sua vida pessoal e profissional (desde os tempos de banda de Rock a empresário de cantina escolar). O cara já viveu muita coisa, é um fanático por experimentação e inovação, nunca se conforma com o  "aqui as coisas sempre foram assim". A gente se sente "um nada" quando lê sobre alguém que já esteve em mais de 120 países (já atravessou o Saara de camelo), enveredou pela política e criou uma fundação Ralston-Semler que dentre outras coisas propõe um novo modelo de edução nas escolas (Projeto Lumiar). Na Semco, são comuns as coisas como "as equipes é que escolhem seus líderes" e "os funcionários se organizam em comissões que tem voz ativa na gestão da empresa" ou "os funcionários é que pintam, limpam e cuidam dos maquinários". Tenho muita vontade de ver isso de perto, espero que possa chegar esse dia. Nota 5/5.


Esse título me deixou muito curioso. A gente está tão acostumado a ouvir "o cliente em primeiro lugar" que essa afirmação virou lugar comum, caiu em descrédito. A gente vê empresas (as de telefonia são mestres nisso) vendendo uma imagem, mas praticando "tortura" com seus clientes, sem falar dos funcionários pessimamente treinados para lidar com situações que exijam algum tipo de jogo de cintura e tomada de decisão, isso sem falar dos péssimos salário. Eu sei, eu sei, voltando para o livro... ele fala de uma grande empresa de consultoria em Tecnologia da Informação na Índia, que vinha andando bem, mas crescendo abaixo do que poderia. Vineet Nayar conta como inverteu a pirâmide organizacional e reformulou o papel do CEO. Em consultoria de TI, produtos tecnológicos se equivalem, então uma equipe coesa e satisfeita pode apresentar muito valor agregado ao cliente. Eu confesso que esperava mais do livro, pois trata-se de uma empresa muito grande e com uma realidade e cultura diferentes da nossa, mas ele tem o seu mérito em nos fazer refletir e enxergar a possibilidade de "fazer diferente". Afinal, como colocar o cliente em primeiro lugar se eles são atendidos por pessoas desmotivadas, mal remuneradas, pouco capacitadas, mal tratadas pelos chefes e infelizes?   Nota 3/5.

Bem, nesta minha vida dupla de Serpro e Normando Transportes, eu tenho tentado bastante achar inspiração para experimentar novas abordagens. A gente bate cabeça ali, tropeça acolá, acerta mais adiante, mas uma coisa é certa: O saldo é sempre positivo - APRENDIZADO. Não sou um Ricardo Semler (ainda!), mas minha mesa está o tempo todo sendo virada, por mim mesmo (acho que é por isso que ela é meio bagunçada rsrsrsrs). E sua, como anda? Toda organizadinha, nada fora do lugar? Hum..... sei não.....

domingo, 29 de setembro de 2013

Resenha: Motivação 3.0

O novo sistema operacional baseado em Autonomia, Excelência e Propósito

Este livro me causou várias sensações diferentes. Da primeira vez que o vi na livraria, achei o título chamativo, fiquei na dúvida se seria "embromation" demais. Estava caro, não comprei. Meses depois o vi novamente, estava em promoção com 50% de desconto. Na mesma semana eu o  havia visto na mesa e um colega de trabalho. Não resisti.


Apesar do título meio "marketeiro", Dan Pink cita vários estudos e experimentos tentando nos convencer da sua tese principal: "Quando se trata de motivação, existe uma defasagem entre o que a ciência já sabe e o que as empresas praticam". Recompensas e punições (Cenouras e Chicotes) funcionam apenas em cenários muito restritos, em trabalhos mecânicos e rotineiros. Precisamos de um upgrade nesse sistema atualmente baseado em motivadores externos (eXtrísecos). O novo sistema operacional é baseado em motivados Intrisecos, internos, e possui 3 elementos básicos: Autonomia (o direito de escolher o que fazer, como, quando e com quem), Excelência (o desejo de fazermos cada vez melhor) e Propósito (um significado maior do que nós mesmos, além de apenas lucro).

Motivação 3.0 não nos dá um receita pronta. Acabei de ler o livro e fiquei (ainda estou) matutando por dias. Ele questiona tudo aquilo que acreditávamos que funcionava. Dan Pink nos mostra que recompensas ou punições aplicadas  em cenários não apropriados tem efeito contrário, prejudica o desempenho. As recompensas "Se, Então" (depois de concluído o trabalho, se tiver feito isso, ganhará aquilo) devem ser substituídas por "Agora que" (uma vez que terminou esse trabalho notável, vamos reconhecer sua conquista). Ao final do livro, é feita uma ótima sintese das principais ideias. Também existe uma compilação de 15 livros sugeridos, para aprofundarmos no tema, e um teste para saber se nosso comportamento é mais guiado pelo Tipo I (somos motivados mais por fatores intrínsecos) ou Tipo X (motivados mais por fatores extrínsecos).

Confira o próprio Dan Pink expondo suas ideias numa palestra de 18 minutos do TED Talks. E dê boas vindas às minhocas que podem passear pela sua cabeça.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Poesia Corporativa

Corporativo
Estratégico
Transparência
Sinergia

Proativo
Paradigma
Abrangência
Reengenharia

Portifólio
Dashboard
Priorização
Mentoria

Engajamento
Empowerment
Monitoração
Diretoria

Departamentos
Assessores
Salários
Cargos
Comissão

Vaidade
Empenho
Esforço
Medo
Intuição

Recompensas
Alianças
Segredos
Guetos
Corporação

domingo, 4 de agosto de 2013

Receita para se Esculpir o Líder da Nova Era

O artigo transcrito abaixo foi publicado no site www.empreendedor.com.br e foi uma luz que eu estava precisando justamente nos momentos de definição sobre os papéis dos sócios da Normando Transportes. Hoje foi consulta-lo para indicar a um amigo e para minha surpresa não o encontrei mais disponível no site original, mas graças à cópia neste blog recuperei o texto e descobri seu autor: Roberto Trajan. Resolvi compartilhar também aqui o texto que eu havia copiado há algum tempo.Os grifos são meus.
Há que ser gerente. Alguém que saiba administrar recursos, sejam físicos, produtivos, tecnológicos ou financeiros. Como todo bom gerente, deve se manter atento às receitas e despesas. E garantir que as primeiras superem as segundas. Tem, portanto, que assegurar o lucro, para que a empresa continue capitalizada. E precisa, também, garantir o caixa, para que a empresa se mantenha com liquidez e adimplente.
Como bom gerente, o líder da era do conhecimento deve ter boas respostas para as seguintes perguntas: quanto sua empresa faturou no ano passado? Neste momento, em comparação ao mesmo mês do ano anterior, a quantas anda o volume de vendas? As vendas estão em declínio, em crescimento ou permanecem estabilizadas? Seja qual for a situação, quais são as razões que explicam as oscilações nos resultados? E a margem de lucro? Está em alta ou em baixa?  Quais são as razões que explicam o movimento? E os estoques? Estão girando mais ou menos, se comparados com o mesmo período do ano anterior? Quais são as razões? E a geração de caixa, como vai? Existem superávits ou déficits? Por quê? E a expansão, é uma realidade ou o que se observa é uma permanência há muito no mesmo, imutável patamar? Quais são as previsões? Afinal, o que fazer para que a empresa ganhe mais dinheiro nos próximos 60 ou 90 dias?
O bom gerente é pragmático. Por isso, pensa muito em produtividade. Não gosta de desperdícios, sejam de materiais, de tempo ou de dinheiro. Empenha-se em tornar os processos de trabalho mais ágeis, eficientes e enxutos. Pensa em resolver os problemas. Para isso, investiga suas causas e razões. Um bom gerente é um eficaz resolvedor! Gosta de problemas e de resolvê-los.
O bom gerente pensa no que é lógico. E em verbos como classificar, comparar, determinar, avaliar, medir, organizar, controlar.
O bom gerente valoriza as coisas úteis. E, por isso, ele também é muito útil às empresas. Mas se o líderdependesse apenas dessa faceta, não conseguiria ser bem-sucedido na era do conhecimento. Porque na era do conhecimento o líder há de ser, também, empreendedor.
Do lógico ao lúdico
O empreendedor sabe olhar para o mercado e consegue ler suas entrelinhas. É justamente nelas que se encontram as oportunidades. Vislumbra as tendências ao mesmo tempo em que pensa negócios. Para ele, um exercício de imaginação e de intuição. Assim, os verbos mais importantes do empreendedor são desvendar, desbravar, descobrir. A começar pelo cliente e suas necessidades.
O empreendedor é ligado no cliente. Não qualquer cliente, mas aquele para o qual resolveu direcionar as competências do negócio.
Para o bom empreendedor, o cliente é mais do que a razão da existência do negócio. Tem consciência de que o cliente é um parceiro. Sem ele não haveria negócio e o gerente não teria o que administrar. Sabe, ainda, que deve manter uma relação estreita com o cliente e não apenas comercial, mas também emocional. Tem paixão por resolver o problema do cliente, superar suas expectativas, fazê-lo feliz. O bom empreendedor tem certeza de que estará por muito tempo com o cliente. É ele quem conduzirá seu negócio para o futuro. Não por acaso, tem tanto interesse nos resultados de seu cliente como nos de seu próprio negócio. E reconhece que o seu empreendimento só será promissor se houver uma grande confiança no cliente e vice-versa.
No frigir dos ovos, o bom empreendedor sabe que a fonte da reputação de sua empresa está nas mãos do cliente. E não existe campanha de marketing que supere essa verdade. O cliente é, portanto, seu profissional de marketing número 1, sua mais importante “equipe de vendas”.
Enquanto o gerente busca a produtividade, pensa o lógico e valoriza o útil, o empreendedor busca a criatividade, visualiza o lúdico e valoriza o belo. Enquanto um mantém a cabeça nas nuvens, o outro finca os pés na terra. São duas facetas importantes do líder da era do conhecimento. Mas ainda não fazem um líder pleno.
A conexão humana
Boa parte das vezes, tanto o gerente como o empreendedor, isoladamente, desconhecem o que faz o resultado. O primeiro acredita na otimização dos recursos e dos processos. O segundo, na inovação proveniente das ideias e dos negócios.  O que ambos costumam esquecer é que os resultados são feitos pelas pessoas que fazem o trabalho. E é aí que surge a figura do gestor, a terceira faceta do líder da era do conhecimento.
O gestor integra os dois polos: o mundo do gerente e o mundo do empreendedor. Busca uma relação harmoniosa entre o útil e o belo. Aos dois, integra o humano. Com isso, as coisas têm valor de uso, não as pessoas. As coisas podem ser usadas, mas as pessoas não. Produtos e serviços são levados ao mercado e valorizados por seu design, pela aparência atrativa. É o valor de troca. Algo que se aplica a produtos e serviços, mas não às pessoas. Em suma, pessoas não são coisas nem produtos. Não estão à venda.
É o gestor que abre espaço para as emoções, os valores e as virtudes. É ele que fará da empresa um lugar em que haja vida, um habitat humano, onde todos possam exercer seus dons e talentos, expressar livremente seus pensamentos e sentimentos e, sobretudo, viver seus valores.
É o gestor que vai abrir espaço para que as potencialidades humanas se transformem em competências. E para que essas sirvam às competências do negócio, enquanto produzem resultados. Para o gestor, os resultados da empresa decorrem de uma equipe comprometida, capaz de manter o cliente fidelizado.
Enquanto o gerente administra a empresa e o empreendedor desenvolve o negócio, o gestor constrói uma obra. Não uma obra qualquer, mas uma obra coletiva. A tarefa do gestor é projetar e dar vida a uma comunidade de trabalho que sirva à alma de todos os envolvidos: clientes, colaboradores, fornecedores, investidores. A maior contribuição do gestor é trazer significado ao negócio e a todos os envolvidos.
líder pleno
O gerente administra a empresa, o empreendedor desenvolve o negócio, o gestor integra as pessoas.Enquanto o gerente busca o que funciona e o empreendedor busca o que agrega valor, o gestor busca o que verdadeiramente importa. É na confluência dessas buscas que se constrói uma liderança plena, feita de corpo, mente e alma. Dessa liderança plena surgirão, também, empresas de corpo, mente e alma, legados éticos, humanos e prósperos que formarão a economia da era do conhecimento. Nova, instigante e profícua!

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Resenha: Resultados Previsíveis em Tempos Imprevisíveis

Como as equipes vencedoras agem em condições extremas

Comprei esse livro de Stephen Covey numa promoção 2 em 1, saiu por menos de R$20 cada. Era exatamente num momento onde a minha jovem empresa (Normando Transportes) passava por algumas instabilidades, e a gente não sabia dizer o quanto era apenas "culpa do mercado" ou havia algo que pudéssemos fazer. Sempre há. Gostei da leitura! Fazendo analogias a Volta da França, uma competição de ciclismo por equipes, Covey aproveita as lições das equipes vencedoras, mostrando como elas agem na parte mais difícil da prova: as montanhas. 


Desta vez, ao invés de um resumo vou transcrever aqui a orelha do livro, que resume muito bem as ideia centrais:

"Se há uma coisa certa nos negócios é a incerteza. Ainda assim, há corporações que tem desempenho excelente. Este livro prático é sobre conseguir resultados previsíveis em tempos bons e ruins aplicando quatro princípios básicos:

1 - EXECUÇÃO EXCELENTE. Companhias vencedora tem meta simples, com alvos claros e forte acompanhamento. Todos os membros da equipe sabem o que fazer quanto às metas e as executam com precisão.

2 - ALTOS NÍVEIS DE CONFIABILIDADE EM TODOS OS INVESTIDORES E NAS OUTRAS PARTES INTERESSADAS. Baixa confiabilidade desacelera e eleva os custos - especialmente em tempos de turbulência. Mas quando o nível de confiança sobre, tudo se acelera e os custos caem.

3 - REALIZAR MAIS COM MENOS. Em tempos difíceis, todos tentam fazer mais com menos, mas a pergunta real é 'mais de que'? Companhias vencedoras focam em agregar mais valor, não apenas em cortar despesas.

4 - TRANSFORMAR MEDO EM EMPENHO. Tempos imprevisíveis criam medo, stress e preocupação - distrações fatais quando você precisa de foco total. Organizações vencedoras encarregam as pessoas de missões nas quais elas podem acreditar, transformando sua ansiedade em resultados."

fonte: http://www.skoob.com.br/estante/resenha/29202856

terça-feira, 28 de maio de 2013

Resenha: A Bíblia da Inovação

O PMBOK da Invação: Um Referencia Abrangente e Coerente sobre o Tema

Achei esse livro uma excelente referencia para empresas que queiram uma visão global sobre a inovação, e um norte sobre como alvanca-la internamente. Muito bem escrito e estruturado, os autores abrangem questões relacionadas ao Planejamento Estratégico, Indicadores, Recompensas, Resultados, Cultura e Processo.

O pensamento chave é que não é possível estabelecer uma sequencia fixa de passos que funcionem para qualquer projeto inovador. O Modelo A-F, então, relaciona os principais papéis e suas atribuições. Cada projeto de inovação intancia esse modelo de acordo com suas necessidades e características próprias.

Quer sabe o que são Ativadores, Buscadores, Criadores, Desenvolvedores, Executores e Facilitadores? Quer entender como funciona o Sistema de Inovação Total?

Veja e ouça esse slidecast que disponibilizei com um resumo das principais ideias do livro. E se gostar, compre e leia!

A Bíblia da Inovação from Serge Rehem


fonte: http://www.skoob.com.br/estante/resenha/25896204

terça-feira, 21 de maio de 2013

Resenha: A Startup Enxuta

Construir, medir e aprender e para inovar
 
Na minha ignorância, eu achava que esse livro era muito focado em startups de tecnologia, focadas em negócios para internet. Na minha busca de conhecimentos sobre Inovação, reparei no subtitulo "Como os empreendedores atuais utilizam a inovação contínua para criar empresas extremamente bem-sucedidas". Comprei.


Tive a grata surpresa que constatar que as ideias de Eric Ries se aplicam não só a qualquer tipo de empreendimento, mas a qualquer tipo de empresa. É possível, mesmo numa organização gigante, ter projetos inovadores tocados por equipes organizadas como uma "startup interna".

Neste livro bem escrito, fruto da sua própria experiência como empreendedor, a ideia central é que não dá para trabalhar com as metodologias/técnicas/ferramentas tradicionais, considerando o cenário de incerteza enfrentado pelas startups.

Buscando inspiração no Pensamento Lean, da Toyota, Eric Ries sugere um método de trabalho baseado em pequenos lotes e vários ciclos curtos Construir-Medir-Aprender. Com foco em experimentação e construção de Produtos Mínimos Viáveis que permitam obter feedback constante dos potenciais clientes. Desta forma é possivel eliminar desperdícios construindo "o produto certo", mudando a estratégia ("pivotear") sempre que necessário (e baseando-se em métricas úteis).

Leitura obrigatória para todos os que tem vontade de empreender ou inovar, mesmo que ainda sendo empregados de empresas tradicionais. Como sugestão, neste post tem um resumo mais detalhado das ideias do livro, junto com slides e um ótimo vídeo explicativo:





fonte: http://www.skoob.com.br/estante/resenha/27504001

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Resenha: O X da Questão

Uma Mina de Ouro Chamada Brasil


A primeira vez que ouvi falar de Eike Batista foi naquele episódio da coleira usada por sua então esposa, Luma de Oliveira, no Carnaval de 1998. Não tinha ideia de quem ele era até assistir por acaso, e vários anos depois, um trecho de uma entrevista sua na TV (não lembro o canal nem o nome do programa). Me interessei em conhecer mais sua história até que resolvi ler seu livro.



Após morar na Europa, aos vinte e poucos anos volta para o Brasil e resolve entrar na "corrida do ouro" (esse pequeno video resume sua trajetória). Desbravou o interior do nosso país construindo minas em lugares inóspitos, muitas vezes até sem energia elétrica. A mineração fez ele ganhar seu primeiro bilhão, mas o cara usou seu conhecimento de negócios e experiencia logística para fundar o grupo EBX e competir com gigantes (como a Petrobras, por exemplo) em áreas como petróleo, energia, logística, mineração e indústria naval.



A principal mensagem que tirei do livro é que vale a pena investir no Brasil. Por ser um pais jovem, é cheio de problemas, mas também repleto de oportunidades. Com uma abordagem holística sobre negócios, a Visão 360 Graus, é possível estar atento e atuante aos mais diferentes aspectos de um empreendimento, minimizando riscos e aumentando as chances de sucesso. É arregaçar as mangas, cerca-se de uma equipe excelente e mãos à obra!




segunda-feira, 8 de abril de 2013

Resenha: O DNA do Inovador

O que será que os inovadores tem em comum?

Inovação está na moda. Essa onda de empreendedorismo e startups, aliadas ao sucesso e a competição de gigantes como Google, Apple, Microsoft, Amazon, Samsung, GE e 3M, está forçando às empresas buscarem inovar (ou pelo menos dizerem que são inovadoras).
Busquei esse livro para tentar descobrir que hábitos comportamentais os principais inovadores da nossa era tem em comum. Ler suas biografias e as histórias das suas empresas certamente ajudaria, mas o DNA do Inovador nos poupa tempo e faz essa compilação por nós.

Através de pesquisas com 500 inovadores e outros 500 executivos, os autores identificaram 5 competências de descoberta. Em primeiro lugar vemos o pensamento associativo, ou associação: a habilidade de combinar idéias, problemas e questões que aparentemente nada tem a ver entre si. As demais são: questionar, desafiando com frequencia o status quo; observar, prestando cuidados atenção ao mundo a sua volta; cultivar o networking, descobrindo e testando ideias por meio de uma rede diversificada de pessoas com backgrounds e perspectivas diferentes; experimentar, constantemente testando ideias novas.

Apesar de usar alguns exemplos já meio batidos (vários vindos da Apple, como por exemplo a ideia de Steve Jobs de criar um sistema operacional gráfico baseado em Janelas, baseado numa interface de equipamento da Xerox) as competências de descobertas são interessantes e bem explicadas, e são a base do pensamento associativo que gera ideias inovadoras.

Também gostei da parte do livro que diferencia as competências dos inovadores das dos executivos (aqueles que são orientados à realização). Me fez perceber que os dois tipos de perfil são importantes e devem ser equilibrados, mas também que é um erro crucial esperar uma postura altamente inovadora de alguém eminentemente executor. Por fim, achei também interessante a abordagem sobre o DNA de organizações e equipes disruptivas, como elas enxergam Pessoas, Processos e Filosofia. Ah, descobri que a palavra disruptiva também está na moda. Pesquisando um pouco mais, achei bem interessante a apresentação abaixo, do post Inovação disruptiva, você sabe o que é?




Um livro interessante que tem seu valor, principalmente para empresários que querem se tornar inovadores (e/ou disseminar uma cultura de inovação nas suas empresas), mas não tem a menor ideia de por onde começar. A resposta que encontrei: devem começar por si próprios, pois não existirá uma empresa inovadora sem que seu líder tenha a inovação presente fortemente em seu DNA.


segunda-feira, 25 de março de 2013

Resenha: O Poder do Hábito

Compreender o funcionamento dos hábitos é a chave para modifica-los

Tomo mundo possui algum hábito que gostaria de mudar. Perder peso, acordar mais cedo, parar de fumar, não se estressar no transito, e por aí vai. É muito comum conseguir algum êxito nos primeiros dias ou semanas, mas é muito difícil segurar um novo hábito por muito tempo. Na maioria das vezes voltamos ao antigo comportamento, cada vez mais frustrados por não termos conseguido.


O Poder do Hábito é, sem dúvida, um dos melhores livros que já li. Ele nos ajuda a compreender que os hábitos seguem um padrão, que repetimos de forma praticamente inconsciente. Todos tem um gatilho (uma deixa, algo que o dispara), uma rotina (os passos que se repetem) e uma recompensa esperada (o alvo, o estado físico/emocional que desejamos, muitas vezes de forma inconsciente, alcançar).

O autor defende a tese que não é possível se livrar de um mau hábito, mas podemos entende-lo e modificar a rotina, o miolo entre a deixa e a recompensa. Usando uma linguagem de fácil compreensão e vários exemplos concretos, fruto de muitos estudos, CharlesDuhigg nos faz perceber por que fracassamos tantas vezes. A mesma teoria dos hábitos individuais se aplica a empresas e até a sociedade. O livro é uma excelente leitura para quem quer mudar hábitos em si, ou até mesmo em suas famílias ou empresas. O pessoal de marketing também aprende preciosas lições sobre como compreender (e, portanto, influenciar) os hábitos dos consumidores.

Por fim, deixo a dica deste vídeo do próprio autor, explicando a teoria base do livro: 

fonte: http://www.skoob.com.br/estante/resenha/25896140

terça-feira, 12 de março de 2013

Tendências na Inovação em um Futuro de Conexões - 3o Dia

O terceiro dia começou com e empresa que se tornou uma espécie de "top of mind" quando se pensa em inovação. Marcelo Gandur apresentou como a 3M se organiza para criar e manter sua cultura inovadora. Conduta Ética, Excelencia Operacional e Inovação são os 3 pilares da empresa que continua se inspirando em um dos seus CEOs, William McKight. Ele trabalhou por 60 anos na 3M e é responsável pela cultura corporativa que encoraja os funcionários a terem iniciativa e coragem para inovar. É dele a frase "contrate os bons funcionários e deixe-os em paz". Na palestra, aprendi alguns novos termos que : Phase Gates, Pipeline, New Product Vitality Index, Inovação Incremental/Adjacente/Disruptiva. Gandur contou que de 300 ideias que entram, 2/3 se perdem, apenas 100 em média vão até o final. A 3M tem uma solução caseira, um sistema web que controla todos os pipelines de forma global. Para quem quer saber mais (como eu!), ele deixou as dicas do livro O Poder da Inovação - A Experiência da 3M e de Outras Empresas Inovadoras, de Luiz Serafim, Líder de Marketing Corporativo da 3M, e do portal 3M Inovação. Fui dar uma conferida neste último e me deparei com esse ótimo vídeo que mostra líderes do mundo digital incentivando a produção de código.


Luciano Possani, da Anhanguera, mostrou como a computação em nuvem vem contribuindo para aumentar a escalabilidade e a disponibilidade da sua plataforma de ensino superior. As nuvens da Google e da Amazon permitiram, por exemplo, que todos os professores e alunos tem suas contas de e-mail (aproximadamente 260 mil) e que todos os principais sistemas suportem os picos de acesso (que ocorrem, por exemplo, na época do vestibular. Também estão levando para nuvem tecnologias relacionadas a vídeo (contrataram a Sambatech, pois segundo eles a escolha aparentemente óbvia - o YouTube - carece de features mais rebuscadas) e ensino (eles usam o Moodle, e até brincam agora o chamando de "Moogle"). Fiquei impressionado com essa instituição, que ainda é pouco conhecida no Norte/Nordeste. Eles realmente sabem o que fazem e estão preparados para continuar expandindo.

Em seguida o Dr Kenneth Herd, Diretor Geral do Centro de Pesquisas Global da GE no Brasil. Morando no Brasil há 3 anos, ele foi muito simpático em ministrar sua palestra em português (usou uma pesca, para auxiliar. Perdoado.). Ele está à frente do 5o Centro de Pesquisas Global da GE no mundo, que está sendo construido no Rio de Janeiro, na Ilha do Fundão. Os outros quatro estão em operação nos Estados Unidos, Alemanha, China e Índi. O trabalho do novo centro será focado em tecnologias altamente avançadas para as indústrias de óleo e gás, energias renováveis, mineração, transporte ferroviário e aviação. Os investimentos estão estimados em R$500 milhões.

A melhor palestra do dia para mim foi apresentada por Nelson Faria, Diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Rede Globo. Ele apresentou o Case i9, iniciativa que acontece desde 2009 com o apoio de uma consultoria contratada. A Globo acha que a inovação deve ser incorporada aos processo da empresa, por isso em breve a consultoria não será mais necessária. O i9 possui um ciclo virtuoso composto de 9 i's: Ideação, Integração, Implantação, Indicador, Informação, Internalização, Inspeção, Impacto e Inspiração. É um movimento voluntário que promove o intercambio multidisciplinar, sempre promovendo inovações focadas em Qualidade ou Produtividade. A Expo i9 é uma exposição dos projeto mais inovadores, uma oportunidade da equipe do projeto apresentar sua ideia para toda a empresa, inclusive podendo levar seus familiares. Na Globo, quem dá a ideia tem que fazer parte da equipe projeto de execução. Seguindo a tendencia da inovação aberta (open innovation), a Globo lançou o O Seu Talento na Rede Globo, durante a Campus Party 2012, selecionando os 5 melhores projetos para serem apresentados na Expo i9. Inovação com criatividade, essa receita a Globo já descobriu como fazer. Quer saber mais? Olhe esse artigo em PDF que achei googleando sobre o i9: Novo Modelo de Gestão de Inovação em uma Empresa de Serviço de Entretenimento. Foi de lá que exraí a figura abaixo, que ilustra o modelo.

A palestra seguinte foi do prof. Mário Salerno, coordenador do Laboratório de Gestão da Inovação da USP. Junto com o doutorando Leonardo Gomes eles falaram sobre Gestão de Incertezas, uma abordagem interessante e diferente da Gestão de Riscos que estamos acostumados. Como apostar em projetos inovadores tem tudo a ver com incertezas, acho que é um assunto que tem tudo para ganhar espaço. A palestra foi extremente interessante, mas trouxe muita informação (os acadêmicos tem esse poder de nos encher delas rsrs). Esta apresentação de Leonardo sobre Inovação Radical em Empresas de Base Tecnológica dá um visão geral sobre seus principais interesses de pesquisa. A USP está levando o assunto a sério e está buscando preencher as lacunas existentes na literatura sobre inovação. A principal mensagem que tirei da palestra foi "nós podemos governar a mudança: criar e influenciar o futuro", ao invés de ficar apenas esperando que outros determinem qual será o nosso futuro.

Leandro Roca, Diretor de Inteligencia do Negócio da Telefônica Vivo, mostrou várias iniciativas na linha da Customer Driven Innovation, mais um termo novo para meu backlog. Além de vários produtos e apps interessantes, gostei aceleradora de startups Wayra, que possui edições em vários países da América Latina e Europa. A academia de São Paulo, segundo seu site, é um "espaço cujo objetivo é reunir os empreendedores participantes do Wayra Brasil em um local comum, onde o intercâmbio de experiências e a efervescência de ideias componham um ecossistema favorável à inovação. O ambiente, de 1.200 metros quadrados, conta com um layout concebido para incentivar a interação entre os empreendedores e é equipado com conexão ultrarrápida à internet, sala de jogos e até uma área de relaxamento para aqueles que varam noites para tornar seus projetos realidade". Interessante, hein?!


As palestras restantes foram do INPI e FINEP mostraram que o Brasil vive um cenário favorável à inovação, mas ainda tem muito caminho pela frente, principalmente no que diz respeito ao direito de propriedade intelectual e a redução da burocracia para conseguir financiamento público para projetos inovadores.  Lei de Licitação, Lei do Bem, Lei da Inovação, Plano Brasil Maior, Institutos de Fomento á Pesquisa, ..., o ecossistema é um emaranhado de instituições e leis. Desatar os nós e fomentar a inovação no país é um desafio em tanto e de tantos. O governo está sensível e antenado ao assunto. Vamos acompanhar, e fazer nossa parte.

Considerações Finais

Saí com a cabeça fervilhando, orgulhoso por ser brasileiro e ver o quanto as empresas presentes já avançaram na inovação, muitas com destaque internacional. Muitos termos novos e ótimos exemplos de empresas reconhecidamente inovadoras. Pipeline, Phase Gates, Open Innovation, Customer Driver Innovation, Design Thinking, e por aí vai. Comecei meus estudos pelo livro O DNA do Inovador (em breve escreverei aqui a resenha) e já tenho em mãos A Bíblia da Inovação, de Philip Kotler e Fernando Trías De Bes. Acho que adquirir os conhecimentos básicos para "falar a mesma língua desse povo" é fundamental. Importante destacar que tudo começa na estratégia, portanto não adianta sair correndo para implantar programas e processos de inovação na empresa sem saber exatamente onde se quer chegar. É definir o destino e começar a caminhada..

Por fim, quero deixar aqui o meu agradecimento ao Serpro pela oportunidade em participar de um evento tão rico em informações e em networking. A MarcusEvans está de parabéns pela organização, estava tudo impecável.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Tendências na Inovação em um Futuro de Conexões - 2o Dia

O segundo dia de evento também começou com um workshop. Carlos Eduardo Pereira (UFRGS) fez uma análise geral da inovação com foco na relação Empresa - Universidade, deixando claro o "gap" que existe no Brasil entre as demandas tecnológicas das empresas e os resultados das pesquisas acadêmicas. O modelo mental dominante é que para os empresários, muitos acadêmicos são os "malucos, desconectados da realidade". Para os acadêmicos, as "demandas das empresas são muito triviais, pouco desafiadoras". Carlos deu exemplos de outros modelos internacionais bem sucedidos, como na Coréia e Alemanha. A mensagem que ficou para mim foi que Universidades, Indústria, Institutos de Pesquisa, Governo, ..., todos tem muito trabalho a fazer. E devem evitar alguns equívocos: a) terceirização de P&D é possivel; b) Projetos com universidade são de baixo custo; c) Universidades devem focar em inovação; d) Patente é sinônimo de competência.

A parti daí começaram as palestras. Vou tentar ressaltar os assuntos que mais me chamaram atenção. Mario Fioretti, da Whirlpool, nos mostrou um pouco sobre a empresa privada que é lider em deposito de patentes no Brasil. A inovação para eles suporta um dos pilares do Planejamento Estratégico. Uma equipe de 5 pessoas faz parte do time de inovação, com o papel de fomentar a cultura e cuidar do processo, atuando como facilitadores nos projetos. O processo interno deles é conhecido com "Duplo Diamante" e envolve Foco, Descoberta, Desenvolvimento de Oportunidades, Checagem ("let's check!") e Execução. Gostei bastante da abordagem que foi responsável, por exemplo, pela criação de uma lavadora de roupas que tem apenas um único botão e é a mais rápida do mercado (eles focaram em desenvolver uma bomba d'água mais veloz). Dona de marcas consagradas como Brastemp e Consul, inovar constantemente é fundamental para que eles permaneçam entre os tops deste negócio tão competitivo.

André Serpa, Regional Enterprise Sales Lead da Google Brazil nos mostrou que a forma que trabalhamos mudou radicalmente nos últimos 3 anos. A Google aposta na internet e na computação em nuvem, com várias soluções gratuitas ou de baixo custo, que servem de empresas individuais até as grandes. O Google Apps agrega vária dessas soluções. Ficou claro que a Google Brazil precisa investir em marketing para se tornarem mais conhecidos. Eu realmente acredito nessa tendencia que pode economizar muito esforço, tempo e custo, principalmente das pequenas e médias empresas. Assim, elas se preocupam menos com TI e podem investir mais em seu Core Business e como criar e manter uma cultura de inovação.

Antes do almoço, a Syngenta nos deixou bastante preocupados com cenário do alimento no mundo, mostrando o descompasso que existe entre produção e consumo. A inovação nessa área é  um grande desafio, pois envolve produzir mais alimentos em cada vez menos recursos naturais (no planeta vai faltar cada vez mais água!). Pesquisa e Desenvolvimento na área agro-pecuária custa caro e leva tempo. Preocupado, tomei suco e comi muita salada.

Durante a tarde tivemos a Embraco, empresa do grupo Whirpool especialista em compressores de alta eficiência  Eles ressaltaram a importância que desenvolver pessoas, além de ciencia e tecnologia, representam para a inovação. Destacaram a forte concorrência que vem da China. Se não dá para competir com eles pelos custos reduzidos de produção, não há outra alternativa além de inovar para continuar sendo o número 1.


A IBM esteve mais uma vez presente mostrando as tendencias na tecnologia para os próximos anos. Social, Big Data, Computação em Nuvem e Mobilidade são as 4 tendencias principais. A palestra foi bem abrangente, foi difícil fazer anotações. Interessante que eles destacaram um produto deles mesmos, o IBM Watson, o supercomputador que pretende encontrar resposta para qualquer pergunta usando inteligencia artificial. Me pareceu meio uma jogada de marketing, de jogar confete em si próprios. Os interessados nas tendencias para o futuro podem dar uma olhada nesta matéria da Humantech, O estudo completo pode ser encontrado nesse link.

A Suvinil é o único produto da BASF focado diretamente no consumidor. Eles tem vários programas interessantes, como o Premio Suvinil Inovação e o Innovation Day. Eles vem ganhando sucessivos premios de empresas inovadoras.  Envolvendo 1. Processo de Geração de Ideias; 2. Triagem de Ideias / Priorização; 3. Feirão de Ideias; 4. Testes com Consumidor; 5. Pipeline e Funil da Inovação. Fiquei curioso em conhecer melhor suas prática e processos, pois parecem muito bem estruturados.

A melhor apresentação do dia, na minha opinião, foi feita por Ivan Passos, o Itaú Unibanco. Usando princípios de Design Thinking ele mostrou como a divisão de inovaçaõ e educação financeira do banco vem se estruturando para lançar produtos novos sempre com o foco na experiencia dos seus usuários (UX). Vindo da área de software, tendo morado alguns anos no Vale do Silício, é clara a afinidade de Ivan com Desenvolvimento Ágil e Lean Startup. Eles tem feitos ciclos semestrais de palestras estilo TED Talks, no evento Insights. Também tem conversas quinzenais com convidados, sobre temas ligados a inovação. Tem também o Challenge, um processo de inovação que permite o desenvolvimento de projetos com equipes multifuncionais, inclusive com premios para seus autores/participantes. Passos destacou a fundamental importância do patrocínio da alta direção, cujo investimento em inovaçaõ já se pagou (a partir do 3o ano). Fique tão interessado que anotei pouco durante a palestra, mas se pudesse escolher uma das empresas deste primeiro dia para visitar, seria o Itau. O video abaixo é fruto de um dos projetos do Challenge e está diponível no canal Itaú Invista do YouTube. Uma forma muito inovadora de ensinar sobre o quanto devemos poupar para ter um futuro confortável.


Para terminar o dia, Daniela Grelin, Gerente de Comunicação Corporativa da DOW Brasil nos mostrou como inserir uma cultura inovadora e ressaltar o papel da liderança no processo. Numa empresa onde 30% das vendas são de produtos introduzidos nos últimos 5 anos, podemos ter uma ideia do quanto a inovação é fundamental. Me chamou atenção que, diferente das demais, na DOW não existe um departamento ou um grupo de pessoas que tratam apenas de inovação. Segundo ela, "a inovação é um esforço, não um departamento". Eles tem o innovation@dow Challenge e o Innovation Award, iniciativas que envolvem inclusive jurados externos, mas que partem de um desafio proposto (segundo eles, isso aumenta o engajamento das pessoas). Chegar no nível da DOW leva algum tempo, isso ficou bem claro. É melhor começar logo...

quinta-feira, 7 de março de 2013

Tendências na Inovação em um Futuro de Conexões - 1o Dia

Tive a excelente oportunidade de participar deste evento promovido pela Marcus Evans, de 26 a 28 de fevereiro em São Paulo. É um evento intencionalmente organizado para no máximo 40 participantes, a grande maioria envolvidos com Inovação em empresas reconhecidamente destacadas neste segmento. Formado por workshops e palestras, num ambiente favorável ao networking e a troca de experiencias, o   evento foi realmente excelente. Compartilho aqui os principais destaques, na minha opinião.

1o Dia


Foram 2 workshops à tarde. Fábio Barcia, da empresa Polinova, nos mostrou todo o processo de criação e venda para um concorrente da massa epóxi Dupla Dinâmica, uma espécie de "durepoxi colorido". Nascida numa incubadora da UFRJ, a empresa se deparou com a problemática de levar um produto inovador ao mercado, em larga escala. Fábio nos mostrou as 7 etapas etapas necessárias até a concretização da venda: Desenvolvimento/testes do produto em laboratório, Documentação Técnica, Identidade Visual, Pesquisa de Mercado, Plano Comercial, Sugestão de Portifolio e Fidelização e Elaboração do Documento Final de Venda. Um trabalho muito bem feito de estruturação de informações que permitiram ao investidor ter contato mais palpável com aquela inovação. Segundo a sua percepção, "o tato é o sentido mais importante para o investidor acreditar na inovação". Se ele puder ver, tocar, experimentar, tem mais chances de acreditar e pagar o preço. Ficou evidente que Fábio preferiu vender sua criação para vê-la por todo Brasil, sob a marca da Viapol. Para isso é importante "se livrar da paixão pela inovação". Perguntado sobre como se sentiu, se frustrado ou feliz, ele respondeu "50 / 50".

Era o dia dos Fábios. O Gandour, cientista chefe da IBM, nos explicou de forma bastante descontraída sobre como a gigante estrutura seus processos de inovação. Foi envolvente quando Fábio contou um pouco da sua história de vida: após 10 anos de cirurgia infantil foi apresentando ao computador, se apaixonou pela informática e foi para a IBM, inicialmente trabalhar com pesquisas na área de saúde. Excelente orador, Fábio enfatizou bastante a importante da usabilidade: "só se inova se for útil para as pessoas". Para a IBM, a equação correta é inovação = invenção + usabilidade (diferente de outros que acreditam que inovação = invenção + visão). Foi impressionante descobrir o quanto a IBM investe em patentes, mantendo uma forte estrutura para tanto. O investimento é justificável, pois o licenciamento de patentes tende cerca de US$1.8 bilhões/ano. Foi marcante também uma outra mensagem: "algumas empresas precisam inovar de fato, outros só precisam dizer que são inovadores". Em outras palavras, algumas empresas realmente devem adotar um Programa de Inovação, para outras basta apenas de um Programa de Marketing ou Comunicação. Por fim, fiquei curioso em saber mais sobre programa Next 5 in 5, onde a IBM busca prever quais são as invenções que mudarão o mundo nos próximos 5 anos. Achei muito legal esse video sobre Cognitive Computing que gostaria de compartilhar:


Os dois workshops mostraram visões complementares. Uma pequena empresa com um excelente produto, que precisou extrapolar as questões técnicas para conseguir levar sua inovação ao mercado. Uma grande multinacional que já tem processos estruturados e orçamento para tratar inovação e propriedade intelectual. Pela riqueza de informações do primeiro dia dava para imaginar o que restante do evento prometia, e muito.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Resenha: O Gerente Minuto

Trace objetivos curtos e claros, dê sempre feedback positivo e negativo

Meu pai tinha esse livro, eu já tinha lido há muito tempo. Lembrei dele por causa de alguém da minha rede de relacionamento que precisa desenvolver habilidades gerenciais. Comprei, reli e dei de presente.

Esse livro é um excelente começo, pois é simples, direto e seus resultados muito eficazes. Basicamente trata de alinhar expectativas, estabelecendo objetivos curtos e claros (os Objetivos Minuto), e corrigir rumos, dando feedback positivo (Elogios Minuto) ou negativo (Repreensões Minuto) sempre que necessário. Parece óbvio, mas na prática é muito difícil exercitar. A gente quer que as pessoas adivinhem o que queremos, ou pior, que façam as coisas do jeito que nós faríamos. Delegar não é isso.

O feedback negativo é temido por muitos. Para quem dá e quem recebe. O autor desmistifica as Repreensões Minuto, encarando-a como algo extremamente natural e necessário. Não precisa ser um sermão nem de uma "cerimônia". Basta dizer qual foi o comportamento observado (o fato), como você se sentiu quanto a isso (emoções, sentimentos, percepções) e como você gostaria que a pessoa tivesse agido. Sem julgamentos, o feedback é um presente que objetiva o crescimento do outro.

Uma parte muito legal fala de "flagrar as pessoas fazendo algo de bom". Nós temos um olhar muito crítico para encontrar e apontar problemas e defeitos, mas um bom líder (um bom pai, um bom marido, ...) precisa estar atento às coisas boas e deixar claro que percebeu. Não precisa necessariamente com palavras. Um olhar, um toque no ombro, um gesto. Quem não se sente bem em ser elogiado!?

Resenha: O Mito do Empreendedor (E-Myth)


Ótimas dicas para o pequeno empresário evitar erros comuns

Ganhei esse livro de presente de aniversário de Anísio Neto, meu primo e sócio da Normando Transportes. Não poderia vir em melhor hora, pois o livro trata do sucesso nos empreendimentos. A primeira parte fala muito bem dos perfis do Técnico, Administrativo e Empreendedor, que todos temos. Acontece que muitos partem do pressuposto que "quem entende e faz bem um trabalho técnico é capaz de ter uma empresa no mesmo ramo". Grande armadilha! É preciso equilibrar os 3 papéis, em nós mesmos e entre os sócios. Descobri que na Normando estamos bem equilibrados nesse sentido.

Na segunda parte ele sugere tratar sua empresa como se fosse ter 5000 cópias dela. E dá o exemplo do McDonalds, "a maior micro-empresa do mundo". Um bom sistema de funcionamento que possa ser replicado é a chave para o sucesso. O autor sugere de um Processo de Desenvolvimento de Negócios, que permeia por todas as áreas da empresa. Numa linguagem simples e direta, usando ótimos exemplos, o livro nos estimula a queimar etapas de começar uma empresa de forma madura. Já estamos usando várias dicas na Normando Transportes.

Nesses slides é possível obter uma visão geral do livro.


fonte: http://www.skoob.com.br/estante/resenhas/924718