A abordagem de O Executivo Consultor é meio tradicional: um executivo experiente é convidado a assumir o cargo de CEO de uma empresa em dificuldade financeira. Durante o processo ele conta com o apoio de Juarez, um consultor e amigo, que vai ajudando Roberto e o corpo diretor da empresa a promover as mudanças necessárias. É um processo lento, cheio de resistencias e conflitos com o estilo do CEO anterior (muito orientado a processos, quase nada a pessoas) e ao jogo de empurra entre os diretores ("isso não é comigo"). É uma leitura interessante que retrata problemas comuns a qualquer um que assume uma posição de liderança. Destaque para o Processo Decisório, uma prática bem objetiva dividida em 5 fases (Planejamento, Formação de Imagem, Julgamento, Conclusão/Decisão e Avaliação do Processo) que dá foco e direcionamento às intermináveis reuniões. Como pano de fundo, as transformações nas relações e na forma de atuação dos CEOs e das diretorias. Valeu a pena. Dou nota 3/5.
Este é mais para um livro de auto-ajuda, o que eu gosto. Também adoro O Pequeno Príncipe, então "comprei-o-o". A história parece um pouco com a do livro acima, mas agora a transformação ocorre com a contratação de Pablo Príncipe como diretor de Recursos Humanos, ou melhor, como ele se entitula "Diretor de Pessoas e Valores da Organização". Um rapaz jovem que largou um emprego tradicional e passou um tempo viajando pelo mundo e se descobrindo, encontra nesta empresa de consultoria - formatada com um "chefe-capataz mal-humorado e acima de todos" - a oportunidade de promover a mudança através do auto-conhecimento e do desenvolvimento pessoal. Os funcionários vão aprendendo a dar valor inclusive às crises existenciais, buscando rever suas formas de encarar o mundo, assumir responsabilidades e compreender (e respeitar, e perdoar) os outros. Dou nota 4/5.
Ricardo Semler vem fazendo história com sua gestão na Semco, e influenciou toda uma geração com seu livro Virando a Própria Mesa (preciso reler!). Depois de 18 anos sumido das publicações literárias ele retorna com esse livro que mistura a sua vida pessoal e profissional (desde os tempos de banda de Rock a empresário de cantina escolar). O cara já viveu muita coisa, é um fanático por experimentação e inovação, nunca se conforma com o "aqui as coisas sempre foram assim". A gente se sente "um nada" quando lê sobre alguém que já esteve em mais de 120 países (já atravessou o Saara de camelo), enveredou pela política e criou uma fundação Ralston-Semler que dentre outras coisas propõe um novo modelo de edução nas escolas (Projeto Lumiar). Na Semco, são comuns as coisas como "as equipes é que escolhem seus líderes" e "os funcionários se organizam em comissões que tem voz ativa na gestão da empresa" ou "os funcionários é que pintam, limpam e cuidam dos maquinários". Tenho muita vontade de ver isso de perto, espero que possa chegar esse dia. Nota 5/5.
Esse título me deixou muito curioso. A gente está tão acostumado a ouvir "o cliente em primeiro lugar" que essa afirmação virou lugar comum, caiu em descrédito. A gente vê empresas (as de telefonia são mestres nisso) vendendo uma imagem, mas praticando "tortura" com seus clientes, sem falar dos funcionários pessimamente treinados para lidar com situações que exijam algum tipo de jogo de cintura e tomada de decisão, isso sem falar dos péssimos salário. Eu sei, eu sei, voltando para o livro... ele fala de uma grande empresa de consultoria em Tecnologia da Informação na Índia, que vinha andando bem, mas crescendo abaixo do que poderia. Vineet Nayar conta como inverteu a pirâmide organizacional e reformulou o papel do CEO. Em consultoria de TI, produtos tecnológicos se equivalem, então uma equipe coesa e satisfeita pode apresentar muito valor agregado ao cliente. Eu confesso que esperava mais do livro, pois trata-se de uma empresa muito grande e com uma realidade e cultura diferentes da nossa, mas ele tem o seu mérito em nos fazer refletir e enxergar a possibilidade de "fazer diferente". Afinal, como colocar o cliente em primeiro lugar se eles são atendidos por pessoas desmotivadas, mal remuneradas, pouco capacitadas, mal tratadas pelos chefes e infelizes? Nota 3/5.
Bem, nesta minha vida dupla de Serpro e Normando Transportes, eu tenho tentado bastante achar inspiração para experimentar novas abordagens. A gente bate cabeça ali, tropeça acolá, acerta mais adiante, mas uma coisa é certa: O saldo é sempre positivo - APRENDIZADO. Não sou um Ricardo Semler (ainda!), mas minha mesa está o tempo todo sendo virada, por mim mesmo (acho que é por isso que ela é meio bagunçada rsrsrsrs). E sua, como anda? Toda organizadinha, nada fora do lugar? Hum..... sei não.....
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