quinta-feira, 7 de março de 2013

Tendências na Inovação em um Futuro de Conexões - 1o Dia

Tive a excelente oportunidade de participar deste evento promovido pela Marcus Evans, de 26 a 28 de fevereiro em São Paulo. É um evento intencionalmente organizado para no máximo 40 participantes, a grande maioria envolvidos com Inovação em empresas reconhecidamente destacadas neste segmento. Formado por workshops e palestras, num ambiente favorável ao networking e a troca de experiencias, o   evento foi realmente excelente. Compartilho aqui os principais destaques, na minha opinião.

1o Dia


Foram 2 workshops à tarde. Fábio Barcia, da empresa Polinova, nos mostrou todo o processo de criação e venda para um concorrente da massa epóxi Dupla Dinâmica, uma espécie de "durepoxi colorido". Nascida numa incubadora da UFRJ, a empresa se deparou com a problemática de levar um produto inovador ao mercado, em larga escala. Fábio nos mostrou as 7 etapas etapas necessárias até a concretização da venda: Desenvolvimento/testes do produto em laboratório, Documentação Técnica, Identidade Visual, Pesquisa de Mercado, Plano Comercial, Sugestão de Portifolio e Fidelização e Elaboração do Documento Final de Venda. Um trabalho muito bem feito de estruturação de informações que permitiram ao investidor ter contato mais palpável com aquela inovação. Segundo a sua percepção, "o tato é o sentido mais importante para o investidor acreditar na inovação". Se ele puder ver, tocar, experimentar, tem mais chances de acreditar e pagar o preço. Ficou evidente que Fábio preferiu vender sua criação para vê-la por todo Brasil, sob a marca da Viapol. Para isso é importante "se livrar da paixão pela inovação". Perguntado sobre como se sentiu, se frustrado ou feliz, ele respondeu "50 / 50".

Era o dia dos Fábios. O Gandour, cientista chefe da IBM, nos explicou de forma bastante descontraída sobre como a gigante estrutura seus processos de inovação. Foi envolvente quando Fábio contou um pouco da sua história de vida: após 10 anos de cirurgia infantil foi apresentando ao computador, se apaixonou pela informática e foi para a IBM, inicialmente trabalhar com pesquisas na área de saúde. Excelente orador, Fábio enfatizou bastante a importante da usabilidade: "só se inova se for útil para as pessoas". Para a IBM, a equação correta é inovação = invenção + usabilidade (diferente de outros que acreditam que inovação = invenção + visão). Foi impressionante descobrir o quanto a IBM investe em patentes, mantendo uma forte estrutura para tanto. O investimento é justificável, pois o licenciamento de patentes tende cerca de US$1.8 bilhões/ano. Foi marcante também uma outra mensagem: "algumas empresas precisam inovar de fato, outros só precisam dizer que são inovadores". Em outras palavras, algumas empresas realmente devem adotar um Programa de Inovação, para outras basta apenas de um Programa de Marketing ou Comunicação. Por fim, fiquei curioso em saber mais sobre programa Next 5 in 5, onde a IBM busca prever quais são as invenções que mudarão o mundo nos próximos 5 anos. Achei muito legal esse video sobre Cognitive Computing que gostaria de compartilhar:


Os dois workshops mostraram visões complementares. Uma pequena empresa com um excelente produto, que precisou extrapolar as questões técnicas para conseguir levar sua inovação ao mercado. Uma grande multinacional que já tem processos estruturados e orçamento para tratar inovação e propriedade intelectual. Pela riqueza de informações do primeiro dia dava para imaginar o que restante do evento prometia, e muito.

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