No último sábado, no 1o JavaBahia nas Faculdades em 2011, na Área 1, rolou um unconference muito interessante no estilo FishBowl (que conheci no Maré de Agilidade Fortaleza de 2010). Dentre vários assuntos, o fishbowl é extremantente dinâmico, conversamos sobre a importancia de valorizarmos a "prata da casa", os bons profissionais que temos na Bahia (algo que estavamos fazendo no próprio evento, com dois palestrantes da terrinha). Em contraponto, uma certa apatia que nos faz valorizar mais o que vem "de fora". Foi um papo extremamente rico, apesar de curto. Teremos oportunidade de retorma-lo nos próximos JavaBahia (ou LinguÁgil) nas Universidades, ou mesmo no Maré de Agilidade que ocorrerá na UNEB, em abril.
A palavra chave é AÇÃO. Não adianta ficar se lamentando. O cenário não mudará se ficarmos sentados...
Lembrei que ano passado rolou uma discussão muito boa na lista de usuários do grupo Agile-Bahia, sobre a inércia dos profissionais de TI (se quiser ver a thread na integra, é só se cadastrar no grupo e clicar aqui). Abaixo vai na íntegra a minha contribuição naquela ocasião, que me parece ter tudo a ver com o que estamos falando:
"... Gosto muito de utilizar a técnica dos 3 Estágios da Mudança (não sei onde vi isso, nem tampouco se tem esse nome). É o seguinte, para a gente sair de uma situação e ir para outra, ou seja, MUDAR, são necessários pelo menos 3 passos:
1) RECONHECER que temos um problema
2) Sentir VONTADE DE MUDAR
3) AGIR para viabilizar a mudança
Um exemplo clássico é PERDER PESO. Muita vezes não consideramos nosso sobrepeso como um problema, por isso continuamos engordando. Até que reconheçamos (1) e tenhamos vontade de mudar (2). Só a vontade não basta, são as promessas de fim de ano "vou parar de fumar, vou fazer exercício, vou fazer uma dieta, ...". Passada a ressacada de Reveillon os planos vão pro beleléu.
A nossa INÉRCIA não é so ligada a TI, é característica do ser humano. Acontece, na minha opinião, porque a granda maioria de nós é NÃO TEM NOÇÃO que tem um problema. Que possui uma carreira medíocre, que trabalha numa empresa que não valoriza a criatividade e a inovação, que existe um mundo Agile reforçando a importância da comunicação, das pessoas, do código de qualidade, do produto de SW entregue frequentemente que agreva valor para o cliente. Para elas está tudo bem, vivem FELIZES assim, vão continuar assim e ponto. Temos que respeita-las. "Perdoai, elas não sabem o que fazem"
Algumas pessoas, como aquelas que tem oportunidade de participar de eventos como LinguÁgil e o Maré de Agilidade, estou me atendo aqui ao tema desta lista, começam a reconhecer que as coisas não estão tão bem (1). Algumas sentem vontade de mudar (2) e muitas vezes sequer começam, arranjando desculpas sabotadoras tipo "na minha empresa não dá", "meu chefe é muito antiquado", "meus colegas não vão me apoiar", ..., e por isso não tomam nenhuma ação. Problema: Não são tão FELIZES quanto os do grupo anterior. Eles SABEM que não estão lá muito bem, mas não tem forças para o estágio 3. Eles não tem INICIATIVA e esse é um grande problema especificamente nos profissionais de TI do nosso estado (bom, pelo menos da nossa cidade, que conhecemos mais).
Apenas alguns, um grupo pequeno, restrito, conseguem AGIR para mudar (3). Começam a estudar, praticar, disseminar idéias, entrar em grupos e listas de discussão, se associar com pessoas de pensamentos afins, experimentar formas novas, se reinventar. Se planejam para a mudança, executam, ajustam no meio do caminho. PERSEVERAM. E chegam lá, MUDAM.
Não é fácil atingir e MANTER o estágio desejado, esse seria um quarto estágio. É como no exemplo do PESO, muitas vezes conseguimos atingir nossa meta (ex: perder 30kg), até com ações drásticas (porem mais "fáceis") como cirurgia de redução de estômago. Se não nos mantivermos firmes e DETERMINADOS, porém, podemos dar vários passos retroativos. E recuperar todo o peso perdido em pouco tempo. Da próxima vez será muito mais difícil. Já viram alguem que já reduziu estômago duas vezes? Eu, já."